No dia 23 de abril comemora-se o dia nacional do Choro.
Isto porque nesse mesmo dia nasceu Alfredo da Rocha Vianna, nosso querido Pixinguinha.
Grande instrumentista, arranjador e compositor sofisticado, Pixinguinha é um dos alicerces da música instrumental brasileira. Sua importância para o choro é tamanha que sua história se confunde com a desse gênero musical.
Muitos dizem que o choro seria a verdadeira música erudita brasileira.
Ainda que décadas mais tarde inspirou compositores como Braguinha, Vinícius de Moraes, Hermínio Bello de Carvalho a escrever letras para suas maravilhosas melodias.
Como é o caso de Carinhoso (João de Barro), ou de Lamentos (Vinícius) e Fala Baixinho (Hermínio).
Mas a “parceria” mais inusitada para mim foi a de Pixinguinha com Otavio de Souza. Ele não era músico nem nada, e, sim, mecânico e trabalhava num bairro de uma cidade do interior do Rio de Janeiro.
Diz que um dia encontrou Pixinguinha num bar e disse a ele que tinha escrito uma letra para a melodia da valsa Rosa.
A letra foi aceita e assim nasceu essa parceria de uma única música.
E, veja como são as coisas;
Estava eu na comedoria do SESC Vila Nova aguardando o espetáculo de marchinhas que Maria Alcina faria, quando um senhor puxou assunto comigo. Começou a falar sobre seu pai, Otavio de Souza, que tinha fugido com o circo quando pequeno, que fez e aconteceu por aí, e, que, incrível! Tinha sido até parceiro de Pixinguinha!
Como assim? ,perguntei. Ele disse:
Sim, ele estava apaixonado e escreveu uma letra para a valsa Rosa que o inspirava muito. Quando teve oportunidade de encontrar Pixinguinha, mostrou sua letra e o resto todos sabem.
Voltei pra casa com essa história na cabeça me sentindo muito sortuda por tê-la escutado assim de bandeja.
Ainda mais porque essa valsa Rosa (letra e música) é uma pérola do nosso cancioneiro. Fez muito sucesso na voz de Orlando Silva e segue lindamente em outras versões. Ouçam uma de minhas preferidas, na voz de Na Ozzetti acompanhada por Andre Mehmari ao piano: